Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil, Manutenção, Montagem, Estradas, Pontes, Pavimentação e Terraplanagem do Estado do Espírito Santo

Lula fala em revogar reforma trabalhista; lei não gerou empregos prometidos 

Data: 13/01/2022

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na terça-feira (4), que os brasileiros deveriam "acompanhar de perto" o que está acontecendo com a reforma trabalhista na Espanha. No país europeu, governo, sindicatos de trabalhadores e empresários fizeram um acordo para revisar alterações nos direitos dos trabalhadores feitas em 2012. Agora, haverá regras mais rígidas para as terceirizações, por exemplo. 

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também comentou o assunto, afirmando que a notícia é "alvissareira". "A reforma espanhola serviu de modelo para a brasileira e ambas não criaram empregos, só precarizaram direitos", disse.

Foram alterados 117 artigos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), a maior mudança desde a sua criação. À época, um dos principais argumentos do governo Temer era de que a reforma facilitaria contratações: a promessa era de geração de até dois milhões de vagas em dois anos, e seis milhões em dez anos. Em 2020, o próprio ex-presidente Temer admitiu que as projeções eram exageradas.

"Quero concordar com a sua afirmação (...) de que o nosso ministro [Henrique] Meirelles [do então Ministério da Fazenda] e Ronaldo Nogueira [da pasta de Trabalho e Emprego] exageraram nas suas previsões. (...) O que fizemos foi flexibilizar o contrato de trabalho, porque na minha cabeça estava o seguinte: é melhor você arrumar trabalho flexível do que não ter o emprego. (...) Se você me perguntar, você faria o mesmo? Eu faria o mesmo", afirmou Temer. 

Desemprego aumentou, e renda caiu Desde a reforma trabalhista, a taxa de desemprego não caiu de forma expressiva, mostram dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ao contrário: mesmo antes da pandemia, a taxa havia subido. 

No último trimestre de 2017, segundo o IBGE, a taxa de desemprego era de 11,9%. No primeiro trimestre de 2018, já com a reforma em vigor, a taxa chegou a 13,2%. Antes da pandemia, no último trimestre de 2019, o desemprego chegou a recuar para 11,1%. Mas, com a covid-19, a taxa voltou a subir, chegando a bater 14,9% no terceiro trimestre de 2020. O dado mais recente, entre agosto e outubro de 2021, aponta taxa de 12,1%. São 12,9 milhões de pessoas desocupadas — mais do que os 12,4 milhões do último trimestre de 2017, antes da reforma.


Matéria do site: economia.uol.com.br

(27) 99696-3966

Rua Pereira Pinto, 37, Centro, Vitória/ES, 29.016-260